Manoel Valle*

A segurança da informação é um tema cada vez mais urgente no ambiente empresarial. De acordo com um relatório da empresa internacional de cibersegurança e privacidade digital Kaspersky, o número de ataques cibernéticos a pequenas e médias empresas aumentou em 41% durante o primeiro trimestre de 2022, comparado com o mesmo período do ano passado. O número é preocupante não apenas pelo crescimento dos ataques hackers, mas também pela quantidade de dados digitais gerados pelas organizações e pelos consumidores.

Desde o ano passado, casos de roubo de dados pessoais e ataques a grandes redes foram marcantes e chamam atenção para o tema. Houve inúmeros momentos em que os protocolos de segurança das empresas foram driblados e hackers tiveram acesso a informações sensíveis de clientes. Esses dados costumam ser vendidos ou disponibilizados em fóruns, deixando os consumidores vulneráveis a situações como fraudes de cartão de crédito, por exemplo.

Tudo isso demonstra o quão importante é que as empresas se atentem para a segurança de dados. Independentemente do setor e do porte, investir em proteção de dados é um compromisso ético e uma forma de manter o sigilo das informações dos clientes e da equipe interna, protegendo-se de sequestro de dados e outros tipos de ataques que podem colocar os consumidores e a própria empresa em risco. Mas como as companhias estão agindo em relação a isso?

Hoje, com as diretrizes da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), as organizações possuem um caminho mais claro a seguir no que tange a proteção de dados. E é exatamente por isso que se torna cada vez mais importante o investimento em uma equipe especializada e capaz de atuar em conformidade com a legislação vigente. Por isso, não surpreende que o setor de Tecnologia da Informação (TI) seja um dos mais terceirizados no mercado atualmente.

A estratégia do outsourcing traz benefícios como a redução de custos, a possibilidade de contar com infraestrutura completa no setor, suporte constante e fortalecimento da competitividade da empresa contratante, que passa a dispor de mais tempo e recursos para focar no core business. Além disso, quando se opta pela terceirização, a organização passa a contar com o apoio de profissionais altamente qualificados e especializados na área de TI.

Poucas empresas existem em um canal totalmente offline. O digital está presente em todos os setores, com mais intensidade em uns do que em outros, mas é o caminho que o mercado vem seguindo nos últimos anos. A tendência é que a migração seja cada vez mais intensa, e que serviços e produtos sejam oferecidos primordialmente pelo canal online, seja em e-commerces, plataformas ou marketplaces, entre outras possibilidades. Isso envolve cadastros de clientes, acessos de diversos dispositivos, desenvolvimento de aplicativos… como dar conta disso tudo sem uma equipe forte de TI?

Para se preparar contra ataques hackers, estar sempre à frente no ambiente digital e fortalecer não só a segurança, mas também a reputação e a confiança passada pela sua empresa, a terceirização do setor de TI pode ser uma excelente solução. Essa decisão merece, como qualquer outra escolha no mundo dos negócios, ser ponderada, levando em conta as características e necessidades de cada empresa. No entanto, a possibilidade de contar com profissionais qualificados, suporte 24 horas por dia e de estar de acordo com os padrões de segurança exigidos pelo mercado é algo a se levar em consideração.

Manoel Valle é presidente da Associação Brasileira de Provedores de Serviço de Apoio Administrativo (Abrapsa).