O isolamento social e a transição para o home office deixou claro, de uma vez por todas, que não é necessário estar fisicamente nas empresas para desenvolver atividades de gestão. Com essa nova forma de encarar o trabalho, muitos negócios se abriram para o business process outsourcing (BPO), estratégia de terceirização de processos de negócios. Hoje, as empresas de BPO ocupam a 4ª posição na lista de maiores contratadoras de talentos no Brasil, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED).
O BPO é muitas vezes confundido ou entendido de forma simplista como uma terceirização de serviços. Embora o processo envolva, sim, a terceirização, não se resume a isso: o BPO consiste em destinar a outras empresas – terceirizadas – as atividades que exigem conhecimento técnico diferente do core business da organização contratante. É uma forma de gestão estratégica e que agrega inúmeros benefícios para a organização que decide investir nesse modelo de negócio.
Para entender melhor, imagine uma grande empresa tradicional: além de executar sua atividade principal, ela certamente é composta por diversos departamentos, como jurídico, contábil, TI e vários outros. Manter todos esses setores centralizados dentro da organização pode ser prejudicial a longo prazo, pois tira o foco do serviço ou produto principal que define os negócios dessa empresa. E como evitar que isso ocorra? Por meio da adesão ao BPO, modelo que delega funções para empresas especializadas.
Entre as principais vantagens da adoção dessa estratégia estão, além da contratação de serviços qualificados e especializados, a economia e o aumento da produtividade. Entre a contratação de profissionais para trabalharem em departamentos internos não relacionados ao core business e a terceirização dos processos, a segunda opção é uma forma de poupar recursos. E, optando por não possuir esses setores que não integram a atividade principal, a empresa pode focar em seu serviço ou produto, aumentando a produtividade dos colaboradores.
A adesão ao BPO é uma forma de obter crescimento substancial. De forma gradativa, as empresas podem ver seus processos mais organizados, eficientes e produtivos, afinal, cada setor estará nas mãos de equipes profissionalizadas e dedicadas exclusivamente àquela atividade. Assim, a empresa contratante pode destinar seus recursos e atenção diretamente ao seu serviço majoritário, ao invés de distribuir o foco entre inúmeros setores que, apesar de importantes para o funcionamento do negócio como um todo, são secundários em relação ao core business.
* Manoel Valle é presidente da Associação Brasileira de Provedores de Serviço de Apoio Administrativo (ABRAPSA)